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Blog da Endocrinologista
Dra. Maria Gabriela Pimentel

Hipotireoidismo: Causa, sintomas, complicações, diagnóstico e tratamentos

Hipotireoidismo: Causa, sintomas, complicações, diagnóstico e tratamentos

O hipotireoidismo é uma condição em que a glândula tireóide, localizada na parte anterior do pescoço, não produz hormônios suficientes para atender às necessidades do corpo.

Os hormônios tireoidianos, como a T3 (triiodotironina) e a T4 (tiroxina), são essenciais para regular o metabolismo, o crescimento e várias outras funções corporais.

Quando essa produção é insuficiente, o organismo desacelera, levando a uma série de sintomas que podem afetar diversas áreas da saúde.

O que causa o hipotireoidismo?

As causas do hipotireoidismo podem variar.

A principal causa é a tireoidite de Hashimoto, uma doença autoimune na qual o sistema imunológico ataca a glândula tireóide, levando à sua destruição ao longo do tempo.

Outras causas incluem tratamentos para hipertireoidismo (uso de iodo radioativo ou cirurgia), deficiências nutricionais (especialmente de iodo), tratamento com certos medicamentos e radioterapia no pescoço.

Em alguns casos, o hipotireoidismo pode estar presente desde o nascimento, uma condição chamada hipotireoidismo congênito.

Quais são os sintomas do hipotireoidismo?

Os sintomas de hipotireoidismo costumam se desenvolver lentamente e podem variar em intensidade.

Entre os sintomas mais comuns estão:

  • Cansaço e fadiga excessiva
  • Ganho de peso, geralmente leve
  • Intolerância ao frio
  • Pele seca e cabelos quebradiços
  • Prisão de ventre
  • Depressão e alterações no humor
  • Dores musculares e articulares
  • Menstruação irregular
  • Dificuldade para engravidar
  • Inchaço no rosto, mãos e pés

Em casos mais graves e não tratados, o hipotireoidismo pode levar a complicações, como o mixedema, uma condição rara, mas potencialmente fatal, caracterizada por sonolência, queda da temperatura corporal e coma.

Como o hipotireoidismo é diagnosticado?

O diagnóstico de hipotireoidismo é feito principalmente através de exames de sangue que medem os níveis de hormônio estimulador da tireoide (TSH) e dos hormônios T3 e T4.

O TSH é produzido pela hipófise e estimula a tireóide a produzir seus hormônios.

Em casos de hipotireoidismo, os níveis de TSH costumam estar elevados, pois o corpo tenta compensar a baixa produção de T3 e T4 pela tireoide.

A detecção precoce é essencial para o manejo adequado da condição.

Quando o hipotireoidismo é preocupante?

O hipotireoidismo é considerado preocupante quando não está sendo tratado corretamente ou quando os níveis hormonais estão descontrolados, mesmo com o tratamento.

Sem o manejo adequado, a falta de hormônios tireoidianos pode resultar em colesterol alto, depressão e até problemas cardíacos.

Gestantes com hipotireoidismo não controlado estão sujeitas a um maior risco de complicações como abortamento, pré-eclâmpsia, parto prematuro e até óbito fetal. Além disso o hipotireoidismo não adequadamente tratado na gestação pode impactar negativamente no desenvolvimento cognitivo da criança gerada naquela gestação. Por isso, durante a gravidez o acompanhamento do hipotireoidismo precisa ser mais frequente.

No espectro mais grave do hipotireoidismo está o mixedema, caracterizado por sintomas como inchaço grave, pele seca, intolerância extrema ao frio e confusão mental.

O coma mixedematoso, embora raro, pode ocorrer em casos de hipotireoidismo não tratado e é uma emergência médica.

Como é a crise do hipotireoidismo?

A crise do hipotireoidismo, ou coma mixedematoso, é uma emergência médica rara e grave que ocorre quando o hipotireoidismo não tratado ou mal controlado evolui para um estado crítico.

Os sintomas dessa crise incluem:

  • Queda significativa da temperatura corporal (hipotermia)
  • Queda da pressão arterial
  • Diminuição da frequência respiratória
  • Confusão mental, sonolência extrema e até perda de consciência

Essa condição geralmente é desencadeada por fatores como infecções, exposição prolongada ao frio, trauma ou uso inadequado de medicamentos para tireoide.

O coma mixedematoso é uma situação de risco de vida que requer intervenção médica imediata. Se não tratado a tempo, pode levar à falência de múltiplos órgãos e à morte.

Tratamento do hipotireoidismo

O tratamento do hipotireoidismo é feito com a reposição hormonal, utilizando uma medicação chamada levotiroxina, que é uma forma sintética do hormônio T4.

Esse medicamento ajuda a restaurar os níveis hormonais adequados no organismo e aliviar os sintomas.

A dose inicial pode ser ajustada ao longo do tempo, com base nas respostas do paciente e nos exames de sangue periódicos.

É importante seguir as orientações do médico e tomar o medicamento de forma regular, uma vez que a reposição de hormônios geralmente é um tratamento de longo prazo, muitas vezes necessário por toda a vida.

depressão causada por hipotireoidismo

Complicações do hipotireoidismo não tratado

Quando o hipotireoidismo não é tratado adequadamente, ele pode levar a diversas complicações, incluindo:

  • Doenças cardíacas: O hipotireoidismo pode aumentar os níveis de colesterol LDL, elevando o risco de doenças cardíacas.
  • Depressão: O hipotireoidismo não tratado pode causar depressão severa, além de contribuir para o comprometimento das funções cognitivas.
  • Mixedema: Uma forma grave de hipotireoidismo que pode resultar em coma e, em casos extremos, ser fatal.

Quem está mais propenso a ter hipotireoidismo?

Embora qualquer pessoa possa desenvolver hipotireoidismo, certos grupos têm maior risco, incluindo:

  • Mulheres, especialmente com mais de 60 anos
  • Pessoas com histórico familiar de doenças autoimunes
  • Pessoas que já passaram por radioterapia na região do pescoço
  • Pessoas com deficiência de iodo na dieta

Como prevenir o hipotireoidismo?

A prevenção do hipotireoidismo envolve, principalmente, a manutenção de uma dieta adequada em iodo, já que a deficiência desse mineral é uma causa comum de distúrbios da tireoide.

No entanto, a tireoidite de Hashimoto e outras causas autoimunes não podem ser totalmente evitadas.

O mais importante é realizar check-ups regulares, especialmente se houver histórico familiar de problemas de tireoide.

Cuidados para quem tem hipotireoidismo

Pacientes com hipotireoidismo devem manter um acompanhamento médico regular para monitorar os níveis hormonais e ajustar a medicação quando necessário.

Além disso, é importante adotar um estilo de vida saudável, com uma alimentação equilibrada, rica em nutrientes, e a prática de atividades físicas, que ajudam a controlar o peso e o bem-estar geral.

O controle dos níveis de estresse também é essencial, já que o estresse pode agravar os sintomas do hipotireoidismo.

O que uma pessoa com hipotireoidismo não pode fazer?

Pessoas com hipotireoidismo devem evitar algumas práticas que podem interferir no controle da condição e no tratamento.

Aqui estão algumas coisas que não são recomendadas:

  • Parar ou alterar a medicação sem orientação médica: A levotiroxina, usada para repor o hormônio da tireoide, deve ser tomada regularmente e conforme prescrição médica. Parar de tomar o medicamento ou ajustar a dose por conta própria pode descontrolar a condição.
  • Excesso de exercícios físicos: Embora o exercício seja importante para o bem-estar geral, o excesso pode agravar a fadiga e o cansaço comum em pessoas com hipotireoidismo descompensado.
  • Negligenciar exames regulares: O acompanhamento médico é essencial para ajustar o tratamento conforme necessário. Ignorar exames de sangue regulares para verificar os níveis de TSH e T4 pode impedir que o tratamento seja eficaz.

O que uma pessoa com hipotireoidismo não pode comer?

Pessoas com hipotireoidismo devem ter cuidado com certos alimentos que podem interferir na absorção da levotiroxina ou afetar a função tireoidiana.

Aqui estão alguns exemplos:

  • Soja: A soja pode interferir na absorção da levotiroxina e, por isso, deve ser consumida com moderação e longe do horário de medicação.
  • Vegetais crucíferos crus: Alimentos como couve, brócolis, couve-flor e repolho, quando consumidos crus em grandes quantidades, podem interferir na produção de hormônios da tireoide, pois contêm substâncias bociogênicas, ou seja, que aumentam o tamanho da tireoide. Quando cozidos, têm esse efeito reduzido. Devem ser consumidos com moderação, mas não são contraindicados para quem tem hipotireoidismo.
  • Glúten: em pessoas com hipotireoidismo e doença celíaca, o consumo de glúten pode atrapalhar a absorção da levotiroxina e dificultar o controle do hipotireoidismo.
  • Excesso de fibras: Embora as fibras sejam essenciais para a saúde, o consumo excessivo e próximo do horário da tomada de levotiroxina pode dificultar a absorção desse medicamento.

Além disso, é importante esperar pelo menos 30 a 60 minutos após tomar a medicação de levotiroxina para comer, especialmente se for um alimento rico em fibras, cálcio ou ferro, para garantir que o medicamento seja bem absorvido.

Qual médico consultar em Belo Horizonte em caso de hipotireoidismo?

Dra. Maria Gabriela Pimentel é especialista em Endocrinologia e Metabologia, atende adultos, idosos e gestantes.

Defende a Medicina Centrada na Pessoa, com respeito à autonomia do sujeito através da Educação em Saúde.

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